Gulzar Omurova analysing the annual rings of sample trees from West Zeravshan.

AKDN / Juniper Central Asia

Para resolver esta lacuna, o Instituto de Investigação de Sociedades de Montanha da UCA, em conjunto com um grupo de investigadores da Alemanha, Quirguistão e Tajiquistão, lançou o “Projeto Zimbro na Ásia Central” em 2019. O projeto de dois anos tem cinco áreas de foco, incluindo a investigação socioeconómica, a análise dos anéis nos troncos relativos a cada ano, a avaliação das zonas de distribuição e a biomassa das florestas de zimbro através da deteção remota, e a criação de modelos para descrever a dinâmica de desenvolvimento e a degradação destas florestas.

A investigação de Gulzar concentra-se na dendrocronologia, uma disciplina académica que estuda as árvores e as considera como depositárias vivas e rigorosas de informações históricas. Desde o ano passado, Gulzar recolheu e analisou mais de 20 amostras de zimbros de diferentes áreas da parte ocidental do vale de Zeravshan, no Tajiquistão. As suas amostras abrangem um período de 126 anos, de 1893 a 2019.

Esta investigação irá ajudar a preparar modelos de processos relacionados com a erosão, balanço hídrico e produção de florestas de zimbro, assim como prever possíveis mudanças nestes indicadores, com base em dados sociais e ambientais. Irá também fornecer às agências governamentais e às comunidades locais soluções práticas para a gestão dos recursos florestais. As florestas desempenham um papel importante na proteção e regulação da água, para além de mitigarem desastres naturais, como impedir escoamentos e danos causados por inundações. É cada vez mais importante encontrar uma solução, especialmente para o Tajiquistão, que tem apenas 3% do seu território coberto por florestas.

Ainda que as florestas estejam sujeitas a uma proteção especial, as suas condições estão a deteriorar-se. “Devido ao pastoreio excessivo e à extração ilegal de madeira, as taxas anuais de desflorestação excedem a acumulação natural de biomassa e a capacidade natural de reflorestação. Algumas avaliações sugerem que as florestas de zimbro têm diminuído anualmente cerca de 2-3%”, disse Jyldyz Shigaeva, investigadora sénior da MSRI UCA. “Se a cobertura florestal continuar a diminuir a esta velocidade, irá resultar não apenas numa desertificação irreversível, como também irá levar a um número crescente de desastres naturais, ameaçando as atividades agrícolas e a vida das comunidades locais."