Kampala, Uganda, 11 de fevereiro de 2017. A Ministra de Estado da Saúde de Uganda Sarah Achieng Opendi realçou desenvolvimentos importantes nos setores dos cuidados de saúde e da educação no país na convocação da Universidade Aga Khan em Kampala no sábado.
No seu discurso aos graduandos, a convidada de honra Sra. Opendi descreveu a importância das enfermeiras e educadores da Universidade Aga Khan (AKU) em Uganda. Além de apresentar uma nova perspetiva e abordagem para melhorar os sistemas de enfermagem e educação de Uganda, referiu que a AKU estava a fazer um investimento considerável na área de cuidados de saúde do país através da construção de um hospital de 600 camas, que vai estender-se por mais de 24 hectares de Kampala.
Afirmou o seguinte: “A perspetiva da AKU em relação ao hospital vai ao encontro do plano de desenvolvimento nacional de Uganda. Vai contribuir diretamente para muitos dos objetivos do plano para o setor da saúde, incluindo o melhoramento da infraestrutura de saúde e do sistema de consultoria, o que irá reforçar a liderança e a gestão, atrair especialistas, alargar o acesso a cuidados de emergência de obstetrícia, melhorar a gestão de doenças não transmissíveis, expandir a investigação e capitalizar os pontos fortes do setor privado”.
A Sra. Opendi acrescentou que a Universidade estava a dar um importante contributo para a profissão de enfermagem, que descreveu como uma “força vital para os sistemas de saúde de Uganda”. Afirmou que as enfermeiras e obstetras da Universidade estavam a servir ativamente as comunidades nas regiões urbanas e rurais de Uganda, ao enfrentar a propagação de doenças como o HIV/SIDA, reduzir a mortalidade materna e infantil e aumentar a segurança dos doentes nos hospitais.
Afirmou que a Universidade, que criou um dos primeiros cursos de enfermaria e obstetrícia em Uganda, formou 650 enfermeiros até à data, cerca de metade pretendem uma licenciatura ou qualificação adicionais após a conclusão da licenciatura. O número de enfermeiros que pretendem uma melhor qualificação após a licenciatura, explicou a Sra. Opendi, é a prova de como a AKU desenvolveu um grande interesse pela aprendizagem e sucesso dos seus estudantes.
Além da educação, a Sra. Opendi elogiou o trabalho da AKU em termos de harmonização dos padrões de enfermagem na região. Esta medida vai criar um mercado de trabalho de enfermagem mais flexível e adaptável.
“Recentemente, a Universidade tomou medidas para harmonizar a formação de enfermeiros e obstetras, prática e legislação nos estados-membros comunitários da África Oriental. Este esforço tem potencial para ter um grande impacte nos setores de enfermagem e obstetrícia da região”.
Acrescentou que a Universidade teve um impacte semelhante na área da educação da região. A Sra. Opendi referiu que em 2014 o Instituto para o Desenvolvimento Educativo da AKU formou mais de 800 professores do ensino secundário em Uganda ao abrigo de um empréstimo do Banco Mundial. Este exercício de capacitação está a ajudar os professores a inovar na sala de aulas e prevê-se que irá beneficiar cerca de 345 000 estudantes.
O Presidente da AKU, Firoz Rasul, no discurso de boas-vindas relembrou aos graduandos que a formação apetrechou-os com as habilitações necessárias para lidar com os desafios que enfrentam. Explicou que embora os países em vias de desenvolvimento, como é o caso de Uganda, enfrentem muitos problemas resultantes da pobreza, fome, prevalência de doenças como o HIV/SIDA e do fraco aproveitamento escolar, a dimensão do desafio faz com que a determinação para resolvê-los seja ainda mais gratificante.
O Sr. Rasul explicou: “Graças às capacidades que desenvolveram na AKU, vocês podem contribuir para um mundo melhor, no qual o sofrimento e a injustiça passaram à história”. No seu discurso, salientou também como os programas de ensino da Universidade estavam associados às necessidades de cuidados de saúde e educação de Uganda.
“Atualmente, cerca de 40 por cento das mulheres de Uganda têm partos sem enfermeiras, obstetras ou médicos. Para alargar o acesso a cuidados de qualidade para mulheres e bebésantes, durante e após o parto, criámos um dos primeiros bacharelados de obstetrícia em Uganda em 2015”.
O Sr. Rasul apelou aos licenciados para nunca se deixarem intimidar pelos desafios e para colaborarem com os que trabalham em áreas semelhantes para ampliarem e aprofundarem o impacte das iniciativas. Deu o exemplo da parceria de 15 anos entre a Escola de Enfermagem e Obstetrícia da AKU na África Oriental e a Johnson & Johnson Corporate Citizenship Trust.
Ao abrigo do acordo, as duas organizações trabalharam em conjunto para reforçar a qualidade do ensino e a proporcionar bolsas de estudo para a grande maioria de estudantes de enfermagem. O Sr. Rasul indicou que um importante estudo sobre os resultados da Escola e dos alunos concluiu que os licenciados estão a ter um impacte significativo nos sistemas de saúde e na qualidade dos cuidados de enfermagem. “Cerca de quatro em dez são dirigentes superiores, gestores, educadores ou investigadores e os restantes estão nos hospitais, envolvidos diretamente nos cuidados aos doentes. Além disso, cerca de sete em cada dez alunos foram os primeiros das respetivas famílias a obter uma licenciatura”.
O Sr. Rasul destacou o novo Hospital Universitário Aga Khan, cuja construção está prevista em Kampala, que vai fornecer acesso a tratamentos e tecnologias que não estão disponíveis noutras localidades do país. Vai ser o maior investimento que Universidade fez até à data em Uganda.
Fez referência a Sua Alteza, Reitor da Universidade Aga Khan, que, ao anunciar a criação do Hospital em Kampala, falou sobre a necessidade de levar cuidados de saúde que respeitem os padrões globais a África. “Quando o Hospital foi construído, Sua Alteza afirmou: “Vai ser fornecida a Uganda medicina moderna nas melhores condições, em estreita parceria com cuidados de saúde pública’”.
O Sr. Rasul acrescentou: “Estamos satisfeitos com o facto do Governo partilhar desta visão e de considerar o desenvolvimento do Hospital uma prioridade nacional. Estamos também gratos pelo excecional apoio fornecido e pelo empenho contínuo que demonstrou para tornar o Hospital uma realidade”.
Ao aprofundar as medidas da AKU para criar parcerias com agências de desenvolvimento nacionais e internacionais, acrescentou que a AKU está também a trabalhar para melhorar a qualidade do ensino pré-primário e primário do país.
“O nosso Instituto para o Desenvolvimento Educativo está a trabalhar com outras agências da Rede Aga Khan para o Desenvolvimento num projeto de cinco anos para melhorar os resultados académicos na África Oriental, com o apoio da Global Affairs Canada e da Fundação Aga Khan no Canadá. Em Uganda, o Instituto deu formação a mais de 900 diretores e subdiretores de escolas e a educadores ao abrigo deste projeto”.
O Sr. Rasul concluiu o discurso do seguinte modo: “Durante o período que passaram connosco, vocês demonstraram integridade, perseverança, criatividade e um profundo desejo de permitir que outros desenvolvam os seus talentos e tenham vidas saudáveis e realizadas”.
“Agora têm a oportunidade de juntar-se a inúmeras pessoas na AKU, em Uganda e em todo o mundo que trabalham para lidar com os desafios mais difíceis enfrentados pela Humanidade”.
Na convocação, 70 graduandos foram diplomados. O Instituto para o Desenvolvimento Educativo conferiu 20 mestrados. Após a convocação de hoje, o Instituto conta com 313 alunos. A Escola de Enfermagem e Obstetrícia conferiu 50 licenciaturas, o que corresponde a um total de 643 diplomados e licenciados.