Enquanto sociedade, temos a tendência de pensar que os avanços nos cuidados médicos devem oferecer soluções vastas e ousadas para questões importantes de saúde que estejam a ter impacto junto de uma população. Temos a tendência de pensar que a inovação tem de ser transformadora para causar impacto.

Mas para as pessoas que vivem em comunidades rurais na província remota e de alta montanha de Badakhshan, no nordeste do Afeganistão, o desenvolvimento científico são pequenos progressos que fazem uma diferença significativa na sua qualidade de vida. Aqui, o desenvolvimento científico traduz-se em soluções de saúde acessíveis.

Para uma comunidade com falta de cuidados médicos formais e cujas instalações de saúde ficaram danificadas nas guerras do último quarto de século, a oferta da valência de cirurgias laparoscópicas por parte dos Serviços Aga Khan para a Saúde (AKHS) no Hospital Provincial de Faizabad foi revolucionária.

Embora a primeira operação laparoscópica tenha sido realizada na Suécia em 1910, vários problemas sistémicos - como os recursos financeiros necessários para a compra da tecnologia, a preparação do sistema de saúde e a formação dos cirurgiões - têm limitado a sua disponibilidade em Badakhshan.

E ainda que a Rede Aga Khan para o Desenvolvimento (AKDN), através da Universidade Aga Khan (AKU), tenha trabalhado em estreita colaboração com os governos do Afeganistão, França e Canadá para melhorar a educação médica e a formação médica ao nível de pós-graduação no país, uma grande parte deste trabalho esteve concentrado em hospitais terciários na capital Cabul, como o Instituto Médico Francês para Mães e Crianças (FMIC).

Por este motivo, conseguir levar inovações como a laparoscopia - um pilar da técnica cirúrgica moderna - às comunidades rurais como Faizabad e Badakhshan tem sido uma prioridade central dos AKHS.